Manifestantes culpam presidente pela desaceleração da economia sul-africana
Membros do Congresso Nacional Africano (ANC), partido que suporta o governo sul-africano, manifestaram-se hoje em frente à sede da formação política para exigir a demissão imediata do seu líder e presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
Esta foi a primeira manifestação pública organizada por membros do ANC contra Zuma, escreveu a agência espanhola EFE.
Os manifestantes culpam o presidente pela desaceleração da economia da África do Sul e pelos numerosos escândalos de corrupção que o envolveram.
O ANC obteve os piores resultados da sua história nas eleições municipais de 03 de Agosto, registando menos de 60% dos votos e perdendo as emblemáticas câmaras municipais de Joanesburgo, Pretória e Port Elizabeth.
"Para ajudar-nos o presidente Zuma deve afastar-se, para que o processo de renovação possa começar", declarou Ronald Lamola, antigo líder da juventude do ANC e um dos líderes do protesto.
Lamola denunciou que o ANC recorreu a "ameaças e intimidação" contra os manifestantes. Segundo o mesmo dirigente, o ANC mobilizou militantes e apoiantes de autocarro para o centro de Joanesburgo, para evitar que o grupo de dissidentes se aproximasse da sede do movimento.
Entre estes militantes destacados pelo ANC contavam-se dezenas de antigos guerrilheiros que, vestidos com uniforme militar, formaram um cordão humano para "proteger" a sede do partido e evitaram que os manifestantes se aproximassem das portas.
Impedidos de entrar, os manifestantes acabaram por aceitar entregar uma carta ao secretário-geral do ANC, Gwede Mantashe, na qual pediam a demissão de Zuma e do Comité Executivo Nacional do partido.
A polícia chegou a conter os militantes do ANC leais a Zuma, que tentaram agredir os manifestantes.
Jacob Zuma vai concluir o seu segundo e último mandato – por imperativo legal – aem 2019.
Em 2017, o ANC vai eleger um novo líder, que tradicionalmente será também o candidato do partido às eleições presidenciais seguintes.
O presidente Zuma, de 74 anos, enfrenta mais de 700 acusações por corrupção. O Tribunal Constitucional concluiu este ano que o presidente violou a Constituição e o princípio da separação de poderes.
Fonte: O Pais online
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