segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Quando a arte moçambicana é reconhecida no estrangeiro


Artistas nacionais disputam prémios internacionais  
Já é tradição que Moçambique seja bem falado no exterior pelo menos quando o assunto são artes. Nos últimos anos a nova geração de artistas tem dado seguimento ao bom nome que Craveirinha, Malangatana, Chico António e outros desenharam nas telas internacionais através das suas célebres criações.

Mesmo com inúmeras dificuldades – a falta de editoras discográficas, a praga da pirataria, falta de incentivos por parte do Governo e outras entidades – os artistas moçambicanos continuam a fazer história pelo mundo fora. Prova disso são as recentes nomeações a prémios internacionais. Casos de Moreira Chonguiça, Jimmy Dludlu e Lizha James, o fotógrafo Mário Macilau e a modelo Madina Chume são exemplo dessas proezas, mesmo antes de identificarem os vencedores.

O Jornal O País conversou, pelo menos, com Moreira, Macilau e Madina para perceber os contornos das suas nomeações.

Visitamos Moreira no seu escritório. Estatuetas, CD e fotografias em espectáculos já denunciavam o gabarito que o saxofonista tem. Não é para menos, o músico soma 10 anos de carreira e quatro álbuns. Os seus sopros têm identidade firmada no panorama internacional. Mais uma vez, o artista foi nomeado à fase final do All Africa Music Awards (AFRIMA), na categoria de Melhor Afro Jazz e a música eleita foi “Ngoma”.

Trata-se de uma música que consta da sua primeira aventura discográfica, “Moreira Project I”, mas foi resgatada para o seu último álbum, gravado ao avivo no âmbito da quarta edição do More Jazz Series, evento que anualmente cruza os monstros do jazz internacional em Maputo. A música concorre ao All Africa Music Awards (AFRIMA), um dos maiores concursos de música africana, na categoria de Melhor Afro Jazz.

Para o saxofonista, esta nomeação, por si só, já é sinónimo de vitória.

Mas não será fácil, diga-se. Moreira vai enfrentar verdadeiros ícones do jazz: Bokani Dyer, Carmen Souza, Kunle Ayo, Oum e Ray Lema Quintet. E, claro, o incontornável Jimmy Dludlu. A música com que Jimmy concorre é bem conhecida, mas as suas cordas mágicas deram-na novo rosto, por isso, é fresca. “Ha deva” consta do seu nono álbum, lançado recentemente em Maputo.

São, ao todo, 31 categorias nesse certame. O nome de Moçambique ainda é citado quando se mencionam as vozes que estão na categoria de Melhor Artista de África Austral. E a responsável por esse feito é Lizha James. A artista leva na bagagem a música “Chocolate” para ombrear com as sul-africanas Lira, Zahara e Zonke; ainda Sally de Namíbia e Pah Chihera de Zimbabwe.

Lizha James foi nomeada também ao MTV Africa Music Awards, na categoria de Melhor Artista da Lusofonia, onde constam os angolanos C4 Pedro, NGA e Pronto Show e o cabo-verdiano Nelson Freitas.

A fotografia é outra arte que expõe a nossa história e cultura no exterior. E um dos artistas que faz isso é Mário Macilau. Tem mais de 15 anos de carreira, inúmeras exposições pelo mundo e muitos prémios.

O artista procurava conquistar o prémio de Melhor Fotografia de Ambiente, no Greenpeace Photo Award 2016. Muita gente aderiu à propaganda através das redes sociais. E tinha que ser assim, pois disso dependia para vencer. Os seus seguidores deviam entrar no site do concurso e votar. Macilau concorria com 11 fotógrafos de todo o mundo. Infelizmente, o seu projecto sobre meio-ambiente, que continha 12 fotografias tiradas na Lixeira de Hulene, não conseguiu votos suficientes para vencer o concurso.

A moda em Moçambique é muito pouco explorada, mas, mesmo assim, evidencia-se além-fronteiras. Madina Chume é uma das modelos que carrega a bandeira moçambicana pelo mundo fora. A artista de 25 anos e 1.74 metros de altura é finalista do Miss África, depois de um casting renhido em Maputo com 600 candidatas.

Fonte: Opais


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