O GOVERNO decidiu abolir os exames extraordinários da 10ª classe a partir de 2017, devido ao desfasamento entre os resultados obtidos pelos candidatos, e os avultados investimentos envolvidos na preparação das provas.
Segundo decisão anunciada ontem pelo executivo, os candidatos à conclusão daquele nível de ensino, deverão passar a frequentar as aulas ao longo do ano, de modo a serem sujeitos ao exame normal.
Falando a jornalistas no final da 28ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, o porta-voz do Governo, Mouzinho Saíde, disse que em 2015 o Estado investiu cerca de 21 milhões de meticais para a realização dos exames extraordinários e apenas colectou, em termos de taxas, cerca de 13 milhões de meticais, havendo uma diferença de cerca de oito milhões de meticais.
Neste ano, segundo a fonte, foram inscritos 5.090 candidatos para a 10ª classe e 37.293 para a 12ª classe, nos 75 centros de exames distribuídos pelas várias províncias do país. Entretanto, coloca-se a situação do rendimento dos candidatos que, até ao momento, ronda os 20 por cento de aproveitamento positivo.
Mouzinho Saíde disse que, decorridos 13 anos da implementação desta medida, verifica-se que os efectivos de candidatos aos exames extraordinários da 10ª e 12ª tendem a diminuir, com particular destaque para a 10ª classe, o que contrasta com os objectivos que nortearam a sua introdução, em 2003.
Pretendia-se, com a iniciativa, valorizar as potencialidades dos cidadãos e estimula-los a concluir os vários níveis de formação académica através do autodidactismo e o ensino doméstico.
Enquanto isso, perto de quatro mil dos pouco mais de 25 mil candidatos inscritos para realizar a edição deste ano dos exames extraordinários da 7ª, 10ª e 12ª classe, faltaram às provas na última segunda-feira, por razões desconhecidas pelas autoridades do sector.
Segundo Ivan Collison, porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), 22 por cento do total dos faltosos são candidatos da 10ª classe, sendo a província da Zambézia a que mais ausências reportou.
Entretanto, quanto à questão de casos de fraude académica, a nossa fonte referiu terem sido reportados 50 casos. As províncias de Inhambane, Gaza, Maputo, Zambézia e a cidade de Maputo foram as que mais casos registaram.
No global foram inscritos 98.105 candidatos, que deverão prestar provas até à próxima sexta-feira. Ontem, segundo dia dos exames, os candidatos da 7ª classe realizaram exames de Matemática e Inglês. Os da 10ª e 12ª realizaram provas de Inglês e Química, respectivamente.
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