Fase de qualificação ao “afrobasket” masculino
A fase de qualificação para apuramento à fase final da Taça dos Clubes campeões africanos de basquetebol masculino inicia este sábado, na cidade angolana de Luanda. Três formações já confirmaram sua presença, curiosamente todas elas angolanas, nomeadamente o Petro, 1.º de Agosto e o ASA. De Moçambique estava garantida a participação do Ferroviário de Maputo, campeão nacional, na prova. Mas a última hora, os “locomotivas” da capital do país desistiram de participar, por falta de rodagem e de finanças para a sua ida à Angola.
De acordo com o director executivo do Ferroviário de Maputo, Palma Pinto, o clube não disputou nenhum jogo de rodagem, desde que terminou o campeonato nacional de basquetebol, a 13 de Agosto passado. E sem nenhum jogo nos pés, dificilmente o campeão nacional poderia ombrear de igual para igual com as equipas angolanas, uma potência do basquetebol africano e com presença assídua em provas continentais, tanto ao nível dos clubes e das selecções nacionais.
“Definitivamente não vamos participar nessa fase de qualificação, em Angola, por dois motivos interligados: sendo uma a falta de competitividade que a nossa equipa, neste momento, tem”, começou por dizer Palma Pinto à nossa equipa de reportagem. E tal como avançamos, para justificar esta ausência, o aspecto competitivo é um dos motivos: “desde que terminou o nacional de basquetebol masculino, nós ainda não tivemos nenhum jogo de rodagem e isso leva-nos a crer que se formos, hoje, a competir, teríamos resultados negativos porque a nossa equipa não está em melhor forma para competir ao mais alto nível nesta fase de apuramento para o africano”, sentenciou Palma Pinto.
Mesmo as recentes contratações feitas pela direcção “locomotiva” para reforçar a equipa masculina, a partir desta temporada de basquetebol, com destaque para Pio Matos, que trocou o Desportivo de Maputo para seguir as peugadas do seu irmão gémeo Augusto de Matos, o Ferroviário de Maputo vê assim goradas as possibilidades de tentar um lugar na fase final do “afrobasket” dos campeões africanos, que terá lugar em Angola, 29 de Outubro a 4 de Novembro próximos.
Mas a falta de competitividade não é a única razão para a não participação dos campeões nacionais na fase de apuramento. Palma Pinto coloca, ainda, à mesa a questão financeira: “como é sabido, estamos em momento de crise no país, no seu todo, e o Ferroviário não é uma ilha, também sofre disto”, disse o antigo jogador dos “locomotivas”. O clube vive de patrocínios, grande parte dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique, e esses patrocinadores “estão a lutar pela a sua sobrevivência. Eles também têm as suas limitantes para meter dinheiro aqui no clube”, segundo Palma Pinto. É por esta via que a direcção do Ferroviário optou por fazer contenção de custos, pois “também não temos dinheiro para estas despesas, que não nos darão grandes resultados”, disse. Para a sua participação na prova de Angola, que inicia próximo sábado, os “locomotivas” precisavam de cerca de 30 mil dólares, aproximadamente a 2.100.000 meticais (dois milhões e cem mil meticais).
Aliás, esta medida foi mesmo tomada, tendo em conta que o clube vai acolher a fase final da Taça dos Clubes Campeões africanos de basquetebol feminino e era preciso fazer uma gestão financeira, de forma a saber acolher a prova. “É uma prova que não tem volta e tínhamos que olhar para questões de prioridades e vermos o que está mais próximo de atingir aquilo que são os nossos objectivos”, declarou Palma Pinto.
Fonte: Opais
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