Saúde pública
Além de cancro, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é outra doença não transmissível que marca a vida dos doentes. A data 28 de Março de 2013 nunca mais sairá da memória do jovem Vicente Give. Naquele dia, acordou para mais um dia de aulas. De repente, sente forte dor de cabeça e resolve descansar. “Quando despertei, o meu pé não conseguia tocar o chão”, conta. Era um AVC (também conhecido por trombose), caracterizado pela perda rápida de função neurológica, decorrente do rompimento de vasos sanguíneos cerebrais.
A doença mudou tudo na vida deste jovem e as coisas que mais amava afastaram-se. Conta que perdeu a namorada, perdeu muitos amigos, mas a maior dor que não passa é a de ver o sonho de ser jornalista interrompido. “Hoje seria eu a entrevistá-lo, mas a vida assim não quis”, lamenta, com lágrimas nos olhos.
Dois anos depois do acidente, conseguiu recuperar 40 por cento da sua habilidade de fala, resultado de várias sessões de fisioterapia e exercícios físicos em casa. Para Vicente, a recuperação é um esforço diário. Um esforço que carrega a esperança de voltar a uma vida normal, para correr atrás dos seus sonhos.
Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde (Misau) aponta que, só na cidade de Maputo, ocorrem em média três AVC por dia e já começam a afectar as camadas mais jovens. Para o director dos Serviços de Cardiologia, Albertino Damasceno, o aumento de casos de trombose nas camadas mais jovens tem que ver com hábitos e estilo de vida. “A idade média dos AVC em Moçambique era de 55 anos, mas temos vindo a registar frequentemente casos de jovens com idades a partir dos 30 anos. Isto porque as pessoas não medem a sua tensão arterial”, revelou.
As doenças cardiovasculares são responsáveis pela morte de seis por cento da população; seguidas de traumas, com 4.4 por cento; cancro, 4 por centro; e diabetes com 2.9 por cento.
Fonte: Opais
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