quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Afonso Dhlakama sem comida e bebida por falta de fonte económica


A situação do Presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, que se encontra no Posto Administrativo de Vunduzi, na província de Sofala, e o encerramento pela Inspecção Geral dos Recursos Minerais e Energia da empresa Socadiv holding limitada, que explorava as minas de turmalinas e quartzo no distrito de Báruè, província de Manica, e posterior tomada de controlo pelas Forças de Defesa e Segurança, FDS, está muito grave. O Savana tem informações que dão conta que Afonso Dhlakama está sem comida, sem água e com seu estado de saúde debilitado, alegadamente por falta de logística. Aliás, helicópteros de comerciantes e de aliados da Renamo pararam de sobrevoar tanto a serra da Gorongosa assim como o distrito de Báruè, porque o espaço aéreo está sobre controlo, deixando Afonso Dhlakama sem manobras se não cessar imediatamente os ataques militares e vir a Maputo dialogar com o Chefe do Estado, Filipe Nyusi.

Em Satunjira era normal ver e ouvir o som do motor dos helicópteros a sobrevoar a área onde iam abastecer a logística ao quartel-general da Renamo e, não raras vezes, transportavam Afonso Dhlakama para o exterior do país onde ia passear e, acima de tudo, receber cuidados médicos, dado que não goza de bom estado de saúde. O mesmo cenário era característico no distrito de Báruè, em Manica, onde se encontra a mina de turmalinas pertencente a Afonso Dhlakama, líder da Renamo. E que, com o encerramento desta mina que servia de fonte económica e de sobrevivência de Dhlakama, as coisas começaram a complicar-se e, nos dias que correm, segundo relatos de pessoas próximas ao líder, a situação tende a piorar. Aliás, é neste distrito de Báruè que se encontra o palco dos violentos confrontos militares entre as forças governamentais e o braço armado da Renamo e com emboscadas a colunas de viaturas escoltadas pelo exército.

Com o efeito, a empresa de Afonso Dhlakama, Socadiv foi multada em 2015, por questões de segurança e falta de pagamento de impostos, isso depois de um incidente que matou um garimpeiro e feriu outros seis. Segundo dados da Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia de Manica, a Socadiv holding limitada não pagou esta multa e como consequência, o governo mandou encerrar a mina. E por causa da falta de segurança, uma empresa mineira, denomina da Sominha (Sociedade Mineira de Nhampassa), que se localiza na mesma zona onde fica a mina de Dhlalcama, paralisou as actividades. Há relatos de saque de pedras por parte de garimpeiros ilegais, que se aproveitam da situação de insegurança para fomentar a actividade ilegal, causando sérios prejuízos ao Estado, no que tange à colecta de impostos.


Paralelamente ao encerramento da mina, porque visa garantir a ordem e segurança nas actividades minerais de Báruè onde Dhlakama explorava turmalinas e ao redor da serra da Gorongosa, o governo decidiu posicionar no terreno as FDS. E para evitar o sobrevoo de helicópteros naquela área, foi reforçado o controlo do espaço aéreo. Neste momento, acrescentam as nossas fontes, o líder da perdiz está sem saída. A própria Renamo e alguns garimpeiros locais queixaram-se no dia 20 de Agosto último das Forças de Defesa e Segurança, alegadamente por assaltado ao estaleiro da empresa mineira, pertencente ao líder do maior partido da oposição, levando quantidades de turmalinas e quartzo que estavam ali armazenadas. “Foi num sábado, quando a UIR (Unidade de Intervenção Rápida) chegou e entrou no estaleiro da empresa. Depois vimos a tirar uns sacos com pedras, e não houve confrontos”, contou Cipriano Baula, um garimpeiro. Um outro morador disse à Lusa que as Forças de Defesa e Segurança continuavam acampadas no estaleiro da empresa Socadiv Holding. Hoje, de acordo com as nossas fontes, Afonso Dhlakama está sem logística para si e para abastecer a sua guerrilha que vem protagonizando incursões militares como forma de reivindicar a governação em seis províncias do centro e norte que alega ter ganho nas eleições gerais de 15 de Outubro de 2014. Entretanto, sentindo-se sufocado, Afonso Dhlakama enviou uma carta ao antigo Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Pedro Couto, a pedir “tréguas”.


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