Autoridades turcas dispensaram quase 28 mil professores e suspenderam outros 9,5 mil por causa de supostas ligações com terrorismo, disse o vice-primeiro-ministro nesta segunda-feira (19), dando prosseguimento a uma operação de repressão iniciada após o golpe frustrado de julho.
A Turquia já dispensou e suspendeu cerca de cem mil funcionários públicos, entre eles juízes, promotores, policiais e professores, desde que um grupo de soldados rebeldes tentou derrubar o governo. Pelo menos 40 mil pessoas foram presas por suspeitas de ligação com o clérigo Fethullah Gulen, que mora nos Estados Unidos e a quem Ancara acusa pelo golpe.
Gulen, que se exilou nos EUA em 1999, nega as acusações e condenou o golpe. A abrangência da operação de repressão turca tem provocado a preocupação de grupos de direitos humanos e dos aliados ocidentais do país, que temem que o presidente Tayyip Erdogan esteja usando o golpe frustrado como um pretexto para atingir opositores.
Professores no sudeste turco, onde há grande população curda, têm sido atingidos nas últimas semanas, com autoridades alegando supostas ligações com o ilegal Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Em declaração após uma reunião de governo, Nurettin Canikli, vice-primeiro-ministro, disse que quase 28 mil professores haviam sido expulsos. Investigações relacionadas a quase 9.500 professores suspensos continuavam, disse.
“Como parte da nossa luta contra o terrorismo, medidas necessárias têm sido encaminhadas relacionadas a professores e outros servidores públicos que são considerados associados com organizações terroristas”, declarou Canikli.
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