Reunião dos países da região
Os países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) precisam de 2.9 biliões de dólares para apoiar a 40 milhões de pessoas que sofrem dos efeitos da seca na região. Neste momento, a região só possui cerca de 400 milhões de dólares, devendo mobilizar mais 2.5 biliões para enfrentar a calamidade.
Moçambique, Malawi, Suazilândia, Zimbabwe e África do Sul são os países da África Austral que mais se ressentem dos efeitos da seca, provocados pelo fenómeno el nino. A 36ª Cimeira da SADC não ignorou os efeitos da calamidade e foi na voz do presidente cessante do Bloco e chefe de Estado do Botswana, Seretse Ian Khama, que os líderes regionais revelaram os números da seca. “A análise da procura e oferta de cereais na região mostra que a SADC registou um défice histórico de cereais de 9.3 milhões de toneladas para os anos de 2016/17 e somente um país, a Zâmbia, registou uma oferta excedentária de cereais. Actualmente, cerca 40 milhões de pessoas na região estão em situação de insegurança alimentar”, revelou Khama no decurso da cimeira da SADC.
O presidente do Botswana disse ter escrito cartas para os Chefes de Estado e de Governos da região numa declaração da seca, para além de ter lançado um apelo humanitário para se conseguir o dinheiro que falta para minimizar os efeitos da seca. “Estou seguro que com a ajuda dos nossos parceiros, vamos conseguir ultrapassar o desafio”, mostrou-se optimista Khama.
398 BILIÕES PARA INFRA-ESTRUTURAS
Os países da SADC tem como uma das principais agendas, nesta 36ª cimeira ordinária, buscar mecanismos para mobilizar recursos para financiar projectos de energia e infra-estruturas para os próximos cinco anos. A comunidade precisa de 398 biliões de dólares para viabilizar os planos que visam a industrialização dos Estados membros. É por isso que o lema da cimeira, que decorre entre esta terça e quarta-feira, em Mbabane, na Suazilândia, tem como lema “Mobilização de Recursos para os Investimentos em Infra-estruturas Energéticas Sustentáveis com vista a uma Industrialização Inclusiva e Próspera da Região”. Entretanto, devido à situação internacional económica adversa, os países poderão ter dificuldades para mobilizar recursos financeiros.
Na abertura da cimeira, a secretária executiva da SADC, Stergomena Tax, destacou a importância da mobilização de recursos para o processo de industrialização dos países membros, tendo elogiado o cometimento de cada Estado no processo.
Grande parte do financiamento a ser mobilizado pelos líderes para o desenvolvimento da região deve ser direccionado para infra-estruturas de energia, onde a África Austral debate-se com um grave défice. Neste momento, a região produz cerca de 50 mil megawatts e precisa de mais 20 mil megawatts para os próximos cinco anos, ou seja precisa de mais oito centrais iguais a Hidroeléctrica de Cahora Bassa.
Por seu turno, Carlos Lopes, secretário executivo da Comissão Económica para África, diz que não basta vontade, pois é preciso trabalho para que a SADC possa conseguir dar o salto. Lopes recorreu aos tigres asiáticos para dar exemplos de como países podem estimular as economias rumo ao crescimento.
Fonte: O Paisonline
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