Segundo escreve hoje o “Diário de Moçambique”, a morte da menor deixou testemunhas oculares indignadas, tendo em conta o tipo de presumível crime que, no seu entender, não pode justificar o recurso a uma arma de fogo. Mas este caso, segundo o jornal, lembra outro, ocorrido no ano passado, quando um polícia da mesma esquadra disparou contra um taxista de moto-taxi (“tchopela”) defronte das barracas do bairro.
O “tchopelista” foi morto por se julgar que tinha gravado imagens de dois agentes embriagados, discutindo na barraca devido ao pagamento da bebida que ambos tinham consumido, fardados e armados.
O recurso a armas, no caso de sexta-feira, tinha começado de manhã com a intenção de desalojar um ocupante de um imóvel em disputa, depois de ter sido accionado o tribunal, sem conhecimento da Administração do Parque Imobiliário do Estado (APIE), que tem contrato em dia com o inquilino, e da Direcção Provincial das Obras Públicas e Recurso Hídricos de Sofala.
A criança que em vida respondia pelo nome de Chocolate Jamal Armando, de 3 anos de idade, do sexo feminino, perdeu a vida, depois de ter sido atingido por uma bala disparada por um agente da Polícia, à paisana, ao serviço da 3ª Esquadra da PRM, em Matacuane.
De acordo com Ana Calisto, testemunha e familiar da vítima, a criança encontrava-se num campo a brincar com outras, quando, surpreendentemente apareceram dois agentes a perseguir um dos integrantes do jogo de batota, empunhando armas.
Um dos agentes, ao disparar, acertou na menor Chocolate Armando. “ Havia muitas crianças a brincar naquele local. Na altura em que apareceram os dois polícias a correr, a criança, de forma inocente, não se mexeu e logo foi atingida na cabeça. O membro que a baleou fugiu, mas o seu companheiro foi informado que havia uma menor caída numa cova e de imediato levamo-la ao Hospital Central da Beira (HCB), onde chegou quase sem sinais de vida ” , disse.
Já Marta Eduardo, tia da vítima, contou que na altura a mãe da criança encontrava-se ausente. Só veio a saber que a filha se encontrava no HCB, depois. “ Não acreditamos porque deixamos a criança a brincar e saudável. O que me admira é que a polícia está a caçar de forma imprudente. Disparam uma arma num local onde estão crianças e sem nenhum cuidado ”, disse.
O “Diário de Moçambique” soube que o agente encontra-se detido nos calabouços da 3ª Esquadra da PRM. Contactada a Polícia em Sofala, esta afirmou não ter registado o caso, mas que oportunamente haveria de se pronunciar.
Fonte: AIM
EmoticonEmoticon