segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Luz verde para auditoria internacional às “dívidas ocultas”


A auditoria foi acordada num encontro entre Filipe Nyusi e a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagard

O Governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI) fecharam, semana finda, o acordo para o avanço da auditoria independente às três empresas que beneficiaram das dívidas avalizadas pelo Estado, nomeadamente, Proindicus, Mozambique Assets Management (MAM) e Ematum.

A luz verde para a auditoria foi acordada num encontro entre Filipe Nyusi e a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagard, descrito como tendo sido fundamental para desbloquear os processos.

“Havia uma necessidade de dar um passo gigantesco, porque o país não poderia nem pode continuar bloqueado economicamente por causa de procedimentos de inexistência de transparência”, disse Filipe Nyusi, em conferência de imprensa de balanço dos quatro dias de visita aos Estados Unidos da América (EUA).

No encontro com Lagarde, Filipe Nyusi fez uma comunicação sobre os passos dados para o esclarecimento das chamadas dívidas ocultas, tendo reiterado a necessidade de se respeitar a separação de poderes no tratamento destas matérias.

“Aqui apenas explicamos aquilo que nós pretendemos, que é respeitar os três poderes existentes em Moçambique (legislativo, executivo e judicial). e, neste caso concreto, este assunto está a ser tratado ao nível da Procuradoria-Geral da República (PGR) e ficou assente que vai continuar e que se deve fazer, de facto, uma auditoria independente às empresas envolvidas”, disse Nyusi, esclarecendo que “não se fala aqui da auditoria às finanças da República de Moçambique e não deve haver confusão neste sentido”.

O governo aceita, agora, a auditoria com normalidade e realça que o esclarecimento das polémicas dívidas interessa mais aos moçambicanos. “Vai ser uma auditoria independente que vai ser dirigida. Acordámos isso e todos ficámos satisfeitos, aliás, interessa mais ao povo moçambicano o esclarecimento daquilo que terá acontecido”, frisou Filipe Nyusi.



Caminhos para a confiança

Já com o governo e as instituições da Breton Woods acertados sobre a auditoria forense, uma equipa técnica do FMI chega esta semana a Maputo, para reavaliar as medidas correctivas em curso, desencadeadas pelo governo, para resgatar a confiança da instituição, que se deteriorou após a descoberta de uma dívida não revelada, estimada em 1,4 mil milhões de dólares. Uma nota do FMI, citando a respectiva directora-geral, refere que Christine Lagarde saúda a disponibilidade do Governo de trabalhar com o FMI sobre os termos de referência da auditoria liderada pela Procuradoria-Geral da República. Após os encontros com o Banco Mundial e com a directora-geral do FMI, esta instituição de Bretton Woods anunciou, em comunicado, que as partes vão continuar a trabalhar juntas com vista ao restabelecimento do clima de confiança entre as partes.



Hora da ONU

Depois da maratona da visita oficial, Filipe Nyusi vai participar, hoje, na 71ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, subordinada ao tema “Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável: um impulso universal para transformar o nosso mundo”. Um comunicado de imprensa do Gabinete da Presidência da República refere que “Durante a cimeira, o Chefe de Estado moçambicano vai contribuir no debate geral com um discurso agendado para o dia 21 de Setembro, na Assembleia Geral, que este ano conta com a participação de 194 países, representados por chefes de Estado e de governo, ministros dos Negócios Estrangeiros e outras entidades”.

Fonte: OpaisOnline


EmoticonEmoticon

Temperatura