terça-feira, 20 de setembro de 2016

Anadarko prepara decisão sobre investimentos


A informação foi revelada na passada sexta-feira pelo director executivo da Anadarko, Al Walker, refere a AIM, citando o jornal Houston Chronicle

A Anadarko, uma companhia petrolífera norte-americana com sede em Houston, estado do Texas, poderá tomar a decisão final de investimento, próximo ano, para a implementação do seu projecto de gás natural na província de Cabo Delgado, disse, sexta-feira, o director executivo, Al Walker, refere a AIM, citando o jornal Houston Chronicle.

Há seis anos, a Anadarko descobriu enormes depósitos de gás natural na bacia do Rovuma, que, segundo alguns analistas, poderão colocar Moçambique na lista dos maiores produtores do mundo.

Na altura, China, Índia e Japão encontravam-se envolvidos numa corrida desenfreada para fechar contratos para a importação de gás natural. Porém, agora, Ásia e outras regiões do mundo registam excesso de produção de gás natural liquefeito (GNL), algo que acabou refreando drasticamente a apetência dos investidores pelo desenvolvimento de novos empreendimentos, à semelhança do projecto de Moçambique, orçado em várias dezenas de biliões de dólares.

Contudo, em entrevista concedida, sexta-feira, na cidade norte-americana de Houston, Walker disse que o projecto poderá iniciar a produção precisamente no momento certo, ou seja, no período compreendido entre os anos 2022 e 2023. Essa é a altura em que as empresas de pesquisa energéticas IHS Markit e Wood Mackenzie acreditam que a economia global terá crescido o suficiente para estimular uma nova vaga de demanda de GNL.

Segundo Walker, a Anadarko projecta investir cerca de 15 biliões de dólares em Moçambique no próximo ano. Isso poderia colocar o projecto em andamento, para que o início da exportação de gás natural coincida com a redução dos excedentes no mercado internacional. “A nossa esperança é de podermos avançar muito rapidamente”, disse.

A empresa ainda está por concluir algumas questões pendentes nas negociações com o governo moçambicano, incluindo a assinatura de um acordo para o reassentamento das famílias residentes na área onde será implantado o projecto. O custo do reassentamento poderá atingir cerca de 300 milhões de dólares, para a construção de novas casas e outras infra-estruturas para as pessoas abrangidas.

A Anadarko já apresentou o seu plano de reassentamento ao governo e aguarda a aprovação.

O acordo de reassentamento, bem como vários outros contratos inacabados, são algumas questões que levaram o Presidente Filipe Nyusi, que se encontra a efectuar uma visita de trabalho de quatro dias aos EUA, a reunir-se com o director executivo da Anadarko, sexta-feira, na sede daquela multinacional norte-americana.

Uma vez concluídas as negociações, o projecto da Anadarko em Moçambique poderá encarar os mesmos desafios que outras multinacionais petrolíferas enfrentaram no passado para a construção de unidades de liquefacção de gás natural.


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