A UNIÃO Desportiva do Songo ficou ainda mais isolada na liderança do Moçambola-2016, depois de vencer, ontem, fora de casa, o Desportivo de Nacala, por 1-0, e beneficiar-se da derrota, pelo mesmo resultado, do Ferroviário da Beira no campo do Chingale, em jogos da 22.ª jornada.
A turma do Songo passou a contar com 45 pontos, contra 39 dos “locomotivas” da Beira. Com seis pontos de vantagem sobre o segundo classificado e com oito jornadas para o término da mais importante competição futebolística nacional, a turma comandada por Artur Semedo fica em posição mais folgada para fazer história, ou seja, conseguir pela primeira vez conquistar o título.
O Ferroviário da Beira, por sua vez, perdeu terreno e foi alcançado no segundo lugar pelo homónimo de Nampula, que recebeu e empatou com o Maxaquene sem abertura de contagem. Os beirenses e nampulenses somam 39 pontos e logo a seguir vem o Ferroviário de Maputo, que, a jogar no seu reduto, o Estádio da Machava, não foi além de um empate diante do Costa do Sol no “clássico” da ronda. Os “locomotivas” da capital, actuais detentores do título, somam 38 pontos, enquanto os “canarinhos” ocupam o 11.º lugar, com 25 pontos.
Diga-se em abono da verdade que em caso de vitória, o Ferroviário de Nampula passaria ao segundo lugar, visto que teria somado 41 pontos. Sublinhe-se ainda que aos 92 minutos Gildo perdeu a oportunidade de dar os três pontos ao Ferroviário da Nampula, ao desperdiçar uma grande penalidade.
A Liga Desportiva de Maputo, a fazer um campeonato muito abaixo das expectativas, voltou a perder, desta vez frente ao Clube do Chibuto, por 2-1. A Liga passou do quinto para o sexto posto, em troca com os “guerreiros” do Chibuto.
No fundo da classificação, o Chingale foi quem colheu melhores frutos, visto que ao vencer o Ferroviário da Beira, conforme já foi referido, saiu da zona de despromoção, passando do 14.º para o 12.º.
A turma do 1.º de Maio de Quelimane, que empatou com o Desportivo de Maputo, a um golo, caiu para a zona de despromoção.
Em situação tranquila, a ENH de Vilankulo obteve a vitória mais robusta da ronda, goleando o Desportivo do Niassa por 4-1.
O Ferroviário de Nacala, também a fazer um campeonato sossegado, veio a Maputo vencer o Estrela Vermelha por 2-1, passando da décima para a nona posição. Já os “alaranjados” ocupam o 13.º lugar e ficarm a um degrau da zona de despromoção.
Eis os jogos da próxima jornada (23.ª): Ferroviário Nacala-Desportivo Maputo, 1.º Maio Quelimane-ENH, Desportivo do Niassa-Chibuto, Liga Desportiva-Desportivo de Nacala, União Desportiva-Chingale, Ferroviário da Beira-Ferroviário de Maputo, Costa do Sol-Ferroviário de Nampula e Maxaquene-Estrela Vermelha.
FER. MAPUTO, 0-C. SOL, 0: Justiça refém de golos!
NO clássico da 22.ª jornada, o Ferroviário de Maputo e o Costa do Sol não foram para além de um nulo, numa partida bem disputada na qual o grande ausente foram os golos, pois confeririam mais justiça ao empate.
Jogando em casa, o Ferroviário entrou forte, amarrando o seu adversário aos cordões à procura daquele golo madrugador que sempre catapulta a equipa. Mastyle, Diogo, Gito ou Luís eram as unidades mais activas, numa altura em que os “canarinhos” experimentavam muitas dificuldades para assentarem o seu jogo. Um centro de Mastyle na esquerda apanha o capitão Luís nas costas da defesa da turma de Matchiki-Tchiki, mas o esférico ficou nas mãos do atento guardião Tchando. Os “locomotivas” tentavam de todas as formas marcar, mas não conseguiam desbravar a defesa do Costa do Sol, que na sua frente tinha uma dupla de trincos (Paíto e Chimango), que conseguia estancar a avalanche ofensiva dos comandados de Caló.
A partir do minuto 15 o Costa do Sol começou a encontrar-se, e Paíto quase abria o activo num remate cruzado à entrada da área, descaído à esquerda, mas Leonel respondeu com uma defesa espectacular para canto. Os “canarinhos” passaram a jogar mais, a partir daí, no meio-campo verde-e-branco, mas o Ferroviário quase marcava contra a corrente do jogo, o que não acontece em virtude da chegada tardia de Mastyle, para responder a um cruzamento intenso de Gito, que passou da boca da baliza “canarinha” com Tchando já batido. Mesmo com o susto, o Costa do Sol não tirou o pé do acelerador, com Parkim a fazer das tripas o coração, furando a muralha defensiva “locomotiva”, mas já na área rematou muito por cima.
Foi-se ao intervalo com um desafio equilibrado e com o empate justo, a pecar por falta de golos.
A segunda metade inicia-se com os “canarinhos” quase a abrirem o activo, mas Lalá deslumbrou-se na área, não chegando a tempo de emendar um passe de Nelson. O Ferroviário não se fez de rogado, respondeu com um cruzamento de Gito, que culminou com remate de Mastyle ao lado. A estas alturas o jogo continuava equilibrado, com os “contendores” a encararem-se abertamente.
Numa jogada individual, Manucho rasgou a defesa “locomotiva” do lado esquerdo e, já na área, rematou rasteiro para uma defesa apertada de Leonel para fora.
Já sobre o minuto 90, Manucho quase sentenciava a contenda num lance que culmina com um cabeceamento seu, ainda fora da área, que saiu caprichosamente por cima da baliza do Ferroviário. O golo nunca mais apareceu, o empate encaixa-se, mas peca por não ser com golos, pois oportunidades para ambos não faltaram.
Paulo Jones fez, de uma forma geral, um trabalho aceitável.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Paulo Jones, auxiliado por Júlio Muianga e Lúcio Namarrói. O quarto foi Justino Zandamela.
FER. MAPUTO: Leonel; Jeitoso, Elísio, Mabucho, Edmilson, Mastyle (Paulo), Carlitos, Diogo, Chiza, Gito (Muandro) e Luís (Dudú).
C. SOL: Tchando; Pai, Aguiar, Manuelito, Dito, Chimango, Paito, Nelson (Artur) Craig (Manucho), Parkim e Lalá (Avelino).
DISCIPLINA: Amarelos para Diogo e Edmilson (Fer. Maputo) e para Avelino (C. Sol).
SÉRGIO MACUÁCUA
DESP. NACALA, 0 – UD SONGO, 1: Quando se joga a campeão…
APESAR de entrar no jogo algo tímido, num terreno que lhe é hostil, a União Desportiva do Songo fez jus ao seu estatuto de candidatado ao título na presente edição do Moçambola, vencendo o Desportivo de Nacala por uma bola a zero, numa partida que os locais venderam caro a derrota.
Pese embora as duas equipas tivessem entrado na partida com algum nervosismo, foi a equipa forasteira que, aos oito minutos, criou a primeira situação de golo, quando Luís rematou forte de fora de área, obrigando Brayd a uma defesa difícil, que lhe valeu uma assistência da sua equipa médica.
Jogando contra o forte vento que se fazia sentir no Campo da Bela Vista, o Desportivo até chegou a equilibrar o jogo, criando inúmeras ocasiões de chegar ao golo, como aconteceu à passagem do 22.º minuto, em que Tawinha, na cara de Swin, cabeceou para este defender para canto.
Porque os locais pecavam na finalização, os “hidroeléctricos” com muita crença chegam ao golo, apontado por Kambala, aos 35 minutos, a concluir um cruzamento de Luís, em que a defensiva “canarinha” facilitou bastante. Aliás, o mesmo Kambala poderia ter feito o 0-2, aos 41 minutos, num lance idêntico, sendo que as equipas foram para o descanso com o 0-1.
No reatamento, diga-se de passagem, apareceu um Desportivo de Nacala transfigurado, mais ofensivo, à procura do golo da igualdade, mas a UD Songo resguardou na sua defensiva, não dando hipóteses ao adversário de encontrar as linhas de penetração na sua área, onde as jogadas ofensivas da equipa da casa terminavam nas mãos de Swin, sem perigo.
Fazendo um jogo de contenção e aproveitando o desespero que se apoderava do seu adversário, a UD Songo foi privilegiando o contra-ataque e por duas ocasiões esteve na iminência de dilatar o marcador, por intermédio de Luís, aos 73 minutos, quando apareceu isolado diante de Brayd e atirou para a defesa deste para canto.
O Desportivo, apesar de ter dominado maior parte do segundo tempo, não teve espaços para chegar ao golo da igualdade, muito por demérito dos seus avançados, que foram desastrados no capítulo da finalização, diante de um adversário que se bateu bem para quebrar a sina de não ganhar em Nacala nos últimos anos.
Arbitragem dirigida por Paulo Buque esteve a contento.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Paulo Buque, auxiliado por Carlos Paulino e Ernestino Cossa.
DESP. NACALA: Brayd; Isaías, Tawinha, Tawanda e Miter; Délcio, Daudo (Bento), Sanito e Kikito (Buramo); Adebayor e Tchitcho (Binó).
UD SONGO – Swin; Sataca Jr., Mano, Mucuapel e Tony; Cremildo, Kambala e Zé Luís (Tchitcho); Banda, Chereque (Jorge) e Luís (Betinho).
DISCIPLINA: Amarelos para Tawinha, do Desportivo de Nacala; Zé Luís, Mucuapel, Jorge e Luís, da UD Songo.
LUÍS NORBERTO
RESULTADOS E CLASSIFICAÇÃO ACTUAL
Desportivo Maputo-1.º Maio Quelimane (1-1)
ENH Vilankulo-Desportivo Niassa (4-1)
Clube do Chibuto-Liga Desportiva (2-1)
Desportivo Nacala-União Desportiva (0-1)
Chingale-Ferroviário da Beira (1-0)
Ferroviário de Maputo-Costa do Sol (0-0)
Ferroviário de Nampula-Maxaquene (0-0)
Estrela Vermelha-Ferroviário de Nacala (1-2)
J V E D BM BS P
UD SONGO 22 13 6 3 25 8 45
Ferroviário da Beira 22 11 6 5 27 17 39
Ferroviário de Nampula 22 10 9 3 26 14 39
Ferroviário de Maputo 22 10 8 4 21 10 38
Chibuto 22 9 10 3 22 12 37
Liga Desportiva 22 10 5 7 28 16 35
ENH 22 8 7 7 19 19 31
Maxaquene 22 7 8 7 23 23 29
Ferroviário de Nacala 22 6 11 5 16 17 29
Desportivo de Nacala 22 6 10 6 28 25 28
Costa do Sol 22 6 7 9 25 28 25
Chingale 22 6 4 12 16 33 22
Estrela Vermelha 22 3 12 7 23 27 21
1.° Maio de Quelimane 22 4 9 9 22 31 21
Desportivo do Niassa 22 2 7 13 07 31 13
Desportivo de Maputo 22 1 9 12 12 28 12
PRÓXIMA JORNADA (23.ª): Ferroviário Nacala-Desportivo Maputo, 1.º Maio Quelimane-ENH, Desportivo Niassa-Chibuto, Liga Desportiva-Desportivo Nacala, União Desportiva-Chingale, Ferroviário Beira-Ferroviário Maputo, Costa do Sol-Ferroviário Nampula e Maxaquene-Estrela Vermelha.
Revisto: Machaca
FER. NAMPULA, 0 -MAXAQUENE, 0: Absolutamente injusto
O FERROVIÁRIO de Nampula jogou e dominou o suficiente para merecer a vitória no jogo que protagonizou com o Maxaquene, que, diga-se de passagem, esteve muito longe de praticar um futebol convincente e consistente.
Os locais lançaram-se logo de inicio ao ataque, e aos quatro minutos, Banda, em posição privilegiada, não consegue empurrar a bola para as malhas defendidas por Guirrugo. O “pressing” dos visitados prosseguiu e ao minuto 30 Kalanga podia ter finalizado com êxito numa combinação com Ndazione, se tivesse “cabeça fria”.
O jogo continuou com os donos da casa a serem nitidamente superiores, porém, a cometerem inúmeras falhas na concretização dos golos. Do lado do Maxaquene, notava-se a falta de estratégia e atrevimento em ripostar o ímpeto das investidas dos pupilos de Arnaldo Salvado, que até ao fim da primeira parte já tinham beneficiado de um total de oito cantos.
A segunda parte começou com os “locomotivas” a jogarem com a mesma dinâmica da etapa inicial, e o Maxaquene esteve de novo remetido ao seu meio campo, sempre tentando responder aos ataques contrários.
O domínio do Ferroviário de Nampula podia ter sido traduzido em golo, se Gildo não falhasse uma grande penalidade quase ao apagar das luzes, falha que deixou os adeptos impacientes.
Portanto, o empate é um resultado que se afigura injusto para os visitados, pois dominaram na totalidade da partida, pelo que mereciam uma vitória que lhes desse os três pontos em disputa.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO – Mário Tembe, auxiliado por Pedro Madala e Nelson Chichongue.
FERROVIÁRIO DE NAMPULA - Pinto, Gervásio, Jemes, kalanga, Salomão, Belo, Imo (Gildo), Banda, Raul, Ndazione e Vivaldo.
MAXAQUENE - Guirrugo, Bruno, Nito, Bernardo, Butana, Whiski, Nelson, Lukman, Isac, Babatude (Manuelito) e Mayunda.
ACÇÃO DISCIPLINAR: Amarelos para Nelson, Bernardo e Lukman.
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